Um grupo de quatro lésbicas que lanchavam em um McDonald’s no Centro de Taboão da Serra, no início da madrugada de segunda-feira, 10, foi alvo da crescente onda de violência contra homossexuais na Grande São Paulo. Dois homens e uma mulher entraram na lanchonete e, sem motivo aparente, começaram a agredir e xingar as vítimas de “sapatão”. Quando os agressores fugiram, elas foram atendidas em um pronto socorro próximo e liberadas em seguida. A artesã Patrícia Odinéia Garcia, de 32 anos, foi uma das agredidas. Teve escoriações no rosto e um dedo quebrado. E o trauma emocional é grande. “Nunca imaginei passar por isso, estou muito nervosa. Não durmo direito, passo mal”, disse Patrícia, chorando, por telefone, ao Visão Oeste na quarta-feira, 12. Uma das testemunhas anotou a placa do carro dos agressores, que devem ser indiciados por lesão corporal. A Polícia Civil identificou suspeitos. Falta lei, sobra indignação Um projeto de lei que configura a prática da homofobia como crime no país tramita no Congresso, mas a pressão da bancada evangélica tem bloqueado a proposta. Na quinta-feira, 13, a ONG taboanense Diversitas realizou manifestação contra a discriminação em frente ao McDonald’s onde ocorreu a agressão. “Nossa sensação é de medo, indignação. Essa onda de violência homofóbica é inaceitável”, afirma o presidente da Diversitas, Wanderley Bressan. “Até onde vai chegar essa onda de ataques sem que haja medidas sérias do poder público para combatê-las?”, questiona. Ataques A onda de ataques a homossexuais nos últimos meses começou na avenida Paulista e arredores, em São Paulo. Foram pelo menos seis ataques, com oito vítimas. Em 2009, uma bomba feriu 13 pessoas após a Parada Gay da capital. Em setembro, dois jovens de um grupo neonazista foram condenados a dois anos de prisão pelo crime. Segundo dados do Grupo Gay da Bahia, a cada dois dias um homossexual é assassinado por razões homofóbicas. “Também há a agressão moral. No trabalho, uma senhora disse que não queria ser atendida por mim, que lugar de homossexual é na Praça da Sé”, lembra Bressan. A Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLBT) cobra maior atuação do estado. |
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sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Em Taboão, mais um capítulo da onda homofóbica
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