O clima de comoção tomou conta do Cemitério de Inhaúma (Zona Norte do Rio de Janeiro) na manhã desta quarta-feira (11), onde foi enterrado o corpo do dançarino Marco Aurélio Silva Rocha, 33 anos, mais conhecido como Lacraia. Mais de 300 pessoas se despediram do artista ao som de muitos aplausos e do hit "Vai Lacraia", um de seus maiores sucessos.
"A maior lembrança que eu vou ter da Lacraia é sua determinação de ser feliz. Ela queria ser feliz a qualquer custo e me ensinou a lutar por aquilo que eu acredito. Essa foi a maior lição que ela me deixou. Sem ela eu não teria conseguido nada", disse.
"Fui eu quem a levou para o hospital há cerca de um mês. Ela estava com muitas dores, sentindo bastante tonteira, mas não parava de fazer brincadeiras. Era uma pessoa feliz, adorava a fama. Isso era muito importante para ela, que curtia cada pedido de autógrafos nos shoppings e até na padaria", lembrou.
A empatia e a capacidade que o dançarino tinha de conquistar o público foram ressaltadas pelo maquiador do SBT Paulo André Guimarães. "O Magrão (ex-diretor do programa Domingo Legal) sempre convidava a Lacraia para os programas porque sabia que bastava ela aparecer para a audiência subir. Ela dançava, inventava suas próprias coreografias, dava um jeitinho de ser diferente. Não vai existir outra como ela", lembrou.
Durante o sepultamento, uma das irmãs de Lacraia, Érica Silva Rocha, passou mal e precisou ser afastada da sepultura do irmão. Durante o cortejo, familiares e amigos evitaram comentar a causa da morte do artista. "Foi pneumonia, tuberculose", diziam os parentes.
"Não havia nada melhor do que a convivência com ela durante os trabalhos que fizemos juntos em Mesquita (Baixada Fluminense). Ela era pobre, homossexual, e acima de tudo bastante querida. Sem dúvida alguma, contribuiu muito para diminuir o preconceito", garantiu.
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