NOVA YORK — A batalha para aprovar o casamento entre homossexuais no estado de Nova York foi relançada esta terça-feira, com o envio ao legislativo de um projeto de lei que poderia ser aprovado no Senado, graças à mudança de posição de vários de seus membros.
A poucos dias do recesso das sessões legislativas, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, apresentou um projeto de Lei de Igualdade de Casamento ('Marriage Equality Act'), anunciou nesta terça-feira seu gabinete em um comunicado.
Este projeto de lei "permite a todos os casais casarem-se no estado de Nova York, suprimindo a barreira atual que enfrentam casais do mesmo sexo para o reconhecimento de suas relações, protegendo suas famílias e obtendo benefícios essenciais", explicou o gabinete de Cuomo.
Segundo os jornais The Wall Street Journal e The New York Times, alguns senadores que tinham votado contra o projeto dois anos atrás estariam dispostos agora a apoiá-lo, o que permitiria alcançar os 32 votos necessários (de um total de 62 cadeiras) para sua aprovação.
Segundo estes jornais, 30 senadores já declararam seu apoio ao projeto. Os indecisos são três democratas e cinco republicanos, noticiou na segunda-feira o The New York Times.
O Senado do estado de Nova York tem maioria republicana (32 contra 26 democratas e 4 independentes democratas).
Em dezembro de 2009, essa mesma câmara legislativa, então com maioria democrata, havia rejeitado um projeto de lei para autorizar o casamento entre homossexuais por 38 votos contra 24.
Um dos senadores que mudou de posição foi o democrata Joseph Addabbo (que representa o Queens), que anunciou que estava "preparado para votar inclusive se o voto é contrário às suas convições pessoais", segundo comunicado enviado na terça-feira à AFP.
Addabbo justificou sua decisão nos resultados de uma consulta em seu distrito na qual 4.839 pessoas, de um total de 6.015, votaram a favor do casamento gay, destacou o texto.
Por parte dos republicanos, até agora só o senador Jim Alesi apoiou abertamente o casamento homossexual, segundo declarações publicadas na terça-feira pelo Wall Steet Journal.
"Não vou só votar a favor do projeto. Vou estimular também outros que sentem que podem fazê-lo", disse Alesi, um solteiro de 63 anos, membro de uma igreja que aceita a união entre pessoas do mesmo sexo, citado pelo jornal.
Mas por enquanto tudo é especulação e o tema não foi incluído na agenda das poucas sessões que restam antes do recesso legislativo, que começa na próxima semana.
"Só há especulação de que vai ser esta semana. As sessões terminam na próxima semana", disse esta terça-feira à AFP uma assessora de imprensa democrata no Senado.
Caso seja aprovado pelo Senado, o texto deveria passar para a Assembleia do Estado de Nova York (150 cadeiras), donde os democratas têm ampla maioria (98 representantes, contra 51 republicanos e 1 independente).
Até o momento, cinco estados americanos (Iowa, New Hampshire, Massachusetts, Connecticut e Vermont) permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Outros estados como Havaí, Califórnia, Nevada, Oregon, Washington e Nova Jersey propõem as uniões civis a casais homossexuais, dando os mesmos direitos e deveres dos casais heterossexuais, mas sem o direito ao casamento.
Segundo pesquisa publicada em março passado, a maioria dos americanos é favorável ao casamento homossexual pela primeira vez em quase uma década: 53% contra 44%.
Em fevereiro, o governo de Barack Obama se posicionou contra uma lei federal que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo, ao considerar o texto "anticonstitucional".
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