
Pela primeira vez na história, um parlamentar assumidamente gay e casado com uma pessoa do mesmo sexo tomou posse. Osvaldo López, de 39 anos, acaba de ser empossado no cargo de senador na Argentina. Ele vai finalizar o mandado de José Carlos Martinez, que morreu em uma acidente de carro em junho desse ano.
Logo depois de sua posse, o advogado argentino disse que o mundo seria menos hipócrita e mais feliz se todos assumissem sua homossexualidade e identidade. E que espera que os políticos tenham coragem de assumir sua opção sexual. "Viveríamos em uma sociedade mais feliz e pacífica. Quanto mais livres pudermos ser, mais honesta será a construção da identidade coletiva e mais leis teremos vinculadas a essa realidade".
López é do partido Novo Encontro, era deputado na província da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina e suplente de Martínez. Agora vai completar os dois anos e meio de mandato restantes. E contou que casou com o seu companheiro Javier, com quem morava desde 2005, assim que foi aprovada a lei nacional que permite o casamento gay.
"Está em vigor no país, por exemplo, uma lei que define como delito a discriminação racial, e querem que seja incluída no texto a questão de gênero e liberdade sexual", afirmou López, que já se reuniu com representantes de diversas ONGs que defendem a ampliação dos direitos dos casais homossexuais, que agora querem conseguir que os nomes do documento possam ser mudados, em casos de troca de sexo.
Estar no Senado, para López, é sem dúvida, uma chance de fazer parte dos avanços na igualdade dos direitos civis. No entanto, faz questão de acrescentar que sua orientação sexual, sua vida íntima, não o impede de trabalhar pelos direitos da população em geral.
Nascido em Santa Fé, o que ele quer é defender as políticas públicas e gerar mais justiça social em seu país, através de sua voz no Senado. E como bom ex-advogado sindical que é, também quer apoiar os trabalhadores argentinos.
Para César Cigliutti, presidente da Comunidade Homossuxual Argentina, a posso de López é uma boa notícia e representa um grande avanço no combate à discriminação. "É muito bom que isso ocorra em âmbitos fechados, como a política. Na hora da identidade, é muito importante dizer quem você é, com nome e sobrenome, e lutar e dizer com orgulho a questão de gênero."
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