quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Beijo gay com Mateus Solano anima sessão de "A Novela das 8", um tributo a "Dancin' Days"


  • João Paulo (Mateus Solano) e Caio (Paulo Lontra) em cena de A Novela das 8 (2011)
    João Paulo (Mateus Solano) e Caio (Paulo Lontra) em cena de "A Novela das 8" (2011)

A estreia de “A Novela das 8”, no cinema Odeon na noite desta segunda-feira (10), foi comparável a um evento hollywoodiano: celebridades, fotógrafos, jornalistas, tietes, vestidos glamourosos e penteados impecáveis. E o filme tinha tudo para ser a grande sensação da Première Brasil, já que conta com um time de estrelas, um roteiro pop, que homenageia uma das novelas mais bem-sucedidas, “Dancin’ Days”, e relata o assunto mais polêmico da história nacional: a ditadura militar do final dos anos 70.
  • Trailer de "Novela das 8"
“Esse filme foi um presente, porque pude reviver minha adolescência nos âmbitos cultural e profissional. ‘Dancin’ Days’ foi a primeira novela em que eu fiz figuração. Foi quando eu descobri que queria ser atriz. As roupas eram muito cafonas; é um horror olhar para o passado e rever as ombreiras. Mas foi uma fase maravilhosa”, contou Claudia Ohana, que vive Dora Dias, personagem principal da trama. “Ela é uma presa política, que foi torturada e passou muitos anos se escondendo em São Paulo, mas decide voltar ao Rio para reaver o que deixou para trás”.

O problema é que a empolgação do público no tapete vermelho se resumiu a apenas um tema do filme: a descoberta da sexualidade de Caio (Paulo Londra), que tem o ápice durante um beijo - literalmente - cinematográfico entre seu personagem e o ator Mateus Solano. Neste momento, os gritinhos e aplausos deram o ar da graça pela primeira vez. O outro único momento de euforia também se deu com Caio, quando o adolescente conta para o avô homofóbico que é gay.

Veja longas da mostra competitiva do Festival do Rio 2011




Foto 11 de 16 - Cláudia Ohana e Vanessa Giácomo estão no elenco de "A Novela das 8", longa de Odilon Rocha Mais Divulgação
“Há seis anos, comecei minha aventura no cinema apresentando um filme aqui no Festival do Rio. É um prazer voltar com um filme tão importante para a minha carreira. O mais divertido ao fazer a pesquisa foi relembrar a trilha sonora, que é maravilhosa, com direito a Frenéticas”, disse o diretor, roteirista e produtor da obra, Odilon Rocha.

Mateus Solano conseguiu dar uma fugidinha das gravações da reta final de “Morde e Assopra”, novela das sete da TV Globo, para prestigiar a estreia. No filme, ele vive o personagem João Paulo, mas faz mistério na hora de falar sobre a trama e pede sigilo aos jornalistas que assistiram à estreia.

“O filme fala sobre vários tipos de liberdade. Foi uma época difícil para o Brasil. Para mim, foi uma honra participar, porque eu adoro tudo o que se relaciona aos anos 70: música, arte, literatura. Eu adoraria ter nascido uns 20 anos antes para aproveitar essa década. E, para mim, carioca de corpo e alma é um prazer estrear no Festival do Rio”.

Personagem essencial na história, Vanessa Giácomo vive Amanda, uma garota de programa obcecada por novelas. Tanto é que ela sonha ser uma das personagens de “Dancin’ Days” e carrega uma mala cheia de adereços para fingir que vive em uma realidade paralela.

“Sou muito diferente da Amanda. Nunca fui fanática por novelas, séries ou atores. E eu sempre quis viver a minha vida, que já  é difícil de ser vivida. Confesso que eu nunca quis ser nenhum personagem da ficção”, disse.

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