segunda-feira, 25 de julho de 2011

Proprietário de boate gay em Maringá acusa PMs de homofobia


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O sócio-proprietário da boate gay Stravanganza, Leandro Aparecido da Silva, de 29 anos, e outras duas garotas lésbicas, registraram denúncias junto ao 4º Batalhão da Polícia Militar, nesta segunda-feira (18), relatando que dois oficiais da corporação os teriam agredido verbalmente por serem homossexuais. A situação teria ocorrido na última sexta-feira (15), por volta das 15h, na Praça Raposo Tavares, Centro de Maringá.

Segundo Leandro, os três estavam sentados na praça, após sair do sepultamento de um amigo, quando a viatura dos policiais chegou e os oficiais iniciaram uma revista.

"Quando eles perceberam que se tratava de garotas, os policiais a insultaram, falando que era para elas tomarem vergonha na cara e se vestirem como mulheres", conta o empresário. As duas jovens, de 18 e 24 anos, vestiam camiseta, calça jeans e boné. Uma delas possui o cabelo curto.

Em seguida, os policiais teriam questionado a profissão dos integrantes do grupo. "Quando uma das garotas contou que trabalhava em um lava a jato, um deles disse 'essa é macho mesmo, tem até profissão de homem"', afirma Silva.

Conforme o empresário, um dos policiais o teria ofendido enquanto o revistava. "Ele disse "bom, se elas são os homens, você com certeza é a mulher"', relata.

Logo após, os policiais iniciaram a revista também nas meninas, infringindo a legislação, que prevê que apenas policiais femininas podem revistar mulheres. "Eles disseram que já que as meninas se vestiam igual homem, iam tomar batida igual homem", conta.


Divulgação

O empresário Leandro Aparecido Silva: "Foi uma situação
muito humilhante"

Silva relata que os policiais só foram educados após ele dizer que era professor de português e sócio-proprietário da boate Stravaganza. "Não questiono a batida, pois é trabalho dos policiais fazer isso, mas eles foram extremamente autoritários e preconceituosos. É difícil aceitar tal situação", afirma.


O empresário, um dos líderes do movimento gay na cidade, se entristece com o fato. "Há um mês fizemos a caminhada anti-homofobia, que terminou na Praça Raposo Tavares, e foi justamente neste local que passei uma das situações mais constrangedoras da minha vida", ressalta.
Investigação

Segundo o tenente Cláudio Rocha, do 4º Batalhão da PM, um processo administrativo foi aberto e a situação está sendo investigada. "Vamos ouvir os oficiais envolvidos e também as testemunhas", afirma. Ele diz que, se comprovada a denúncia, o caso será encaminhado para a Justiça Militar.

O tenente ressalta que tal procedimento é repugnado pela corporação. "A Polícia Militar condena atos de homofobia e não compactua com qualquer tipo de discriminação. Se isso aconteceu, foi uma atitude isolada desses policiais. Desconheço qualquer outra situação semelhante na história do nosso batalhão", ressalta Rocha.

O Diário.com

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