segunda-feira, 25 de julho de 2011

Parada Gay relembra caso de agressão em São João da Boa Vista Organizadores pediram um minuto de silêncio e condenaram caso de homofobia

EPTV

A 3ª Parada Gay de São João da Boa Vista, realizada no domingo (25), relembrou o caso de agressão a pai e filho, confundidos com um casal gay no dia 14 de julho em uma feira agropecuária da cidade.
Os organizadores pediram um minuto de silêncio contra a homofobia e comentaram o ocorrido. “Isso só vem provar que o preconceito, a homofobia, afetam também pais de família. O pai hoje em dia não pode abraçar um filho, que ele já é denotado como gay. Uma mãe não pode andar de mão dada com a filha porque ela é lésbica. Isso é um absurdo”, disse o organizador Chrysthopher Dekay.
O caso
agressão aconteceu depois de um show e, segundo as vítimas, foi motivada por um abraço entre pai e filho. “Passou um grupo perguntando se a gente era gay. Eu falei que não. Falei que, como nós vamos ser gays se somos pai e filho. Aí os caras ficaram bravos: não, vocês são gays, vocês são gays”, relatou o autônomo, que é de Vargem Grande do Sul.
O grupo foi embora, mas voltou logo depois. Eles foram abordados novamente com violência, recebendo chutes e socos. O filho teve ferimentos leves e o pai foi espancado, perdendo parte da orelha.
Investigação
O agressor, um serralheiro de 26 anos, foi ouvido pela polícia na terça-feira (19). Ele confessou que mordeu a orelha do autônomo. Segundo a polícia, ele já esteve envolvido em outras brigas. Como não há lei específica para os casos de homofobia, o caso foi registrado como lesão corporal.
O delegado Fernando Zucarelli entrou com um pedido de prisão temporária, mas o juiz Heitor Siqueira Pinheiro negou o pedido, argumentando que a lei não prevê prisão nesses casos.
Na quinta-feira (21), o depoimento do segundo envolvido na agressão. O homem, que também é serralheiro e tem 30 anos, assumiu que participou da briga, mas negou as ofensas com teor de homofobia. Ambos foram liberados.
Homofobia
Após o depoimento do filho do autônomo nesta sexta-feira (22), o delegado encerrou o processo e encaminhou para a Justiça.
O rapaz, um estudante de 18 anos, esteve em uma delegacia de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, onde mora com a mãe. Ele confirmou que a agressão foi motivada por homofobia.

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