Atualizada às 20h55
Novas imagens de câmeras de segurança mostram o autônomo de 42 anos sendo socorrido pela Polícia Militar, após ele e o filho serem confundidos com um casal gay e agredidos por jovens na madrugada de quinta-feira (14), em uma feira agropecuária de São João da Boa Vista.
O vídeo mostra que os policiais viram o tumulto e correram para ver o que estava acontecendo. Eles socorrem a vítima, que teve parte da orelha decepada, e a levam para o ambulatório do parque de exposições. Ao contrário do que afirmou uma testemunha que disse ter visto o homem sendo socorrido por amigos. Confira o vídeo acima.
Abraço
A agressão aconteceu depois de um show e, segundo as vítimas, foi motivada por um abraço entre pai e filho. “Passou um grupo perguntando se a gente era gay. Eu falei que não. Falei que, como nós vamos ser gays se somos pai e filho. Aí os caras ficaram bravos: não, vocês são gays, vocês são gays”, relatou o autônomo, que é de Vargem Grande do Sul.
O grupo foi embora, mas voltou logo depois. Eles foram abordados novamente com violência, recebendo chutes e socos. O filho teve ferimentos leves e o pai foi espancado. “Quando eu começei a acordar, escutei gritar: ele está sem orelha, ele está sem orelha”, disse.
O presidente da feira, Jairo hamilton Domingues, disse que não houve falha de segurança. "A segurança fez a parte dela até porque a Polícia Militar chegou até o fato, um minuto depois". Ele também afirmou que esse foi o único caso de agressão durante o evento.
Investigação
O agressor, um serralheiro de 26 anos, foi ouvido pela polícia na terça-feira (19). Ele confessou que mordeu a orelha do autônomo. Segundo a polícia, ele já esteve envolvido em outras brigas. Como não há lei específica para os casos de homofobia, o caso foi registrado como lesão corporal.

O delegado Fernando Zucarelli entrou com um pedido de prisão temporária, mas o juiz Heitor Siqueira Pinheiro negou o pedido, argumentando que a lei não prevê prisão nesses casos.
Na quinta-feira (21), o depoimento do segundo envolvido na agressão. O homem, que também é serralheiro e tem 30 anos, assumiu que participou da briga, mas negou as ofensas com teor de homofobia. Ambos foram liberados.
Homofobia
Após o depoimento do filho do autônomo nesta sexta-feira (22), o delegado encerrou o processo e encaminhou para a Justiça.
O rapaz, um estudante de 18 anos, esteve em uma delegacia de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, onde mora com a mãe. Ele confirmou que a agressão foi motivada por homofobia.
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